Monday, October 17, 2011

CHARLES CHAPLIN | TEMPOS MODERNOS

A Gênese do projeto seria o que ele ouviu sobre os trabalhadores da indústria de Detroit. O filme levou praticamente dois anos em ensaio e ele continuou com sua mania adorável de repetir as tomadas (enlouquecendo os atores) infinitamente até se satisfazer, uma direção que parece com fazer sexo, quando chega ao orgasmo, o take está excelente. Nessas ocasiões, um amigo seu, cirurgião, Dr. Cecil Reynolds (não ator), fez o papel do pregador que visita a cadeia e passara muito tempo com Chaplin no set.
 O filme fez sucesso nos Estados Unidos mesmo com muita gente o denominando de “propaganda comunista”. A Alemanha e a Itália baniram a fita e os soviéticos o consideraram “Insultante”. Na França, a produtora TOBIS processou Chaplin acusando-o de plagiar o filme A NÓS A LIBERDADE ( A Nous La Liberté, de 1931) realizado por René Clair, mas teve de desistir do processo quando o autor declarou-se “honrado” com essa possível homenagem, dizendo: “Eu certamente também peguei muito emprestado dele”. Agora, vamos pensar leitores, se nós fóssemos diretores de cinema ou roteiristas, que seja, não seria uma honra um Charles Chaplin fazer uma linda adaptação de um filme nosso?
Não há propriamente uma história mais emocional como Luzes Da Cidade Ou O Garoto, apenas uma série fantástica de Sketchs: o pesadelo das fábricas modernas, das máquinas devoradoras de homens, a mão-de-obra trabalhadora e Carlitos servindo de cobaia para a mais terrível forma de se economizar tempo com a máquina de fazer comida!
Claro que ele não consegue evitar o sentimentalismo. A figura da órfã fugitiva da polícia – sempre instrumento de injustiça – está sempre a um passo do piegas. Mas as piadas são tão inventivas que não há como não rir (mesmo com aquele riso que parece peidinhos) Carlitos patinador à beira do desastre por ser atrapalhado.


Seu “barato” inconsciente na prisão; seu mergulho matinal no “palácio”, na favela ou no momento memorável em que pega uma bandeira vermelha caída na rua e acaba sendo confundido com um líder grevista, e todos o seguem! Às vezes dá-se o luxo de também gozar o cinema sonoro, como na noite dos ruídos, ao tomar o seu chá e os musicais, evidente. Sua estréia é cantando um texto improvisado e sem o menor sentido quando esquece a letra. Ou melhor, quando leva a cola na manga e sem querer a joga longe.

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