skip to main |
skip to sidebar
SAM RAIMI |Super Heróis CAPÍTULO II - HOMEM ARANHA ™
Quando é picado por uma aranha geneticamente modificada, um estudante nerd, tímido e desajeitado, Peter Parker, ganha super poderes e se torna o incrível Homem-Aranha. Como herói ganha o amor de sua vizinha Mary Jane Watson, que é perdidamente apaixonado e resolve proteger a cidade dos mais temíveis vilões: o primeiro deles, O Duende Verde. Baseado na HQ de Stan Lee e Steve Ditko.
Os fãs de super heróis do mundo, especialmente os mais xiitas do universo Marvel já esperavam ansiosamente o lançamento da Columbia/Sony naquele verão do início do século XXI. Assim como, Nova York, após os atentados de 11 de setembro de 2001, também ansiava por um herói. Eis que surge o longa metragem adaptado dos famosos quadrinhos de Lee e Ditko, dirigido por SAM RAIMI (Trilogia Evil Dead) que ganhou fama com a cena cortada onde o aranha fazia uma imensa teia entre as torres gêmeas (a produção foi adiada e lançada no ano seguinte após a tragédia) e, fora o falatório do beijo icônico do herói e da mocinha, de cabeça para baixo, que sustentaram a fita. O primeiro filme da trilogia original de Raimi tem falhas grotescas (na cena final no cemitério um erro de continuidade com relação a mão de Mary Jane), mas não deixa de ser uma boa diversão pipoca em dias tempestivos.
Afinal, estamos falando de uma história bacana dos quadrinhos Marvel (começando a adquirir status de produtora de filmes – após os sucessos de X-Men), onde um super-herói é na verdade um estudante nerd de óculos, atrapalhado, que ganha super poderes após uma aranha genética picá-lo. Suas primeiras preocupações são lidar com as acnes e probleminhas de “aborrescentes” antes de salvar a cidade dos vilões diabólicos. Quer impressionar a garota vizinha, M.J (KIRSTEN DUNST – ótima) e ganhar um carro novo. Bom, como Peter Parker, TOBEY MAGUIRE consegue ser perfeito, mas quando abre a boca e começa a dialogar com sua “vozinha” famosa...hum..enfim. Como aranha ele chega a impressionar ficando fisicamente apropriado e tem poucos momentos ótimos.
Assim, é Maguire que tenta convencer o público de que com grandes poderes, vem grandes responsabilidades. Frase de seu falecido Tio Ben (o veterano CLIFF ROBERTSON- marcado pelo personagem), que após sofrer um atentado criminoso em um assalto frustrado (o bandido feito por Michael Papajohn), faz com que o garoto amadureça lidando com o desejo de vingança e fazer o que é certo. Ser um super-herói. O melhor amigo é o riquinho Harry Osborne ( o agora galã JAMES FRANCO), que aparenta James Dean e um rebelde sem causa. Mimado, confuso, mas também amigo. Seu pai, o empresário e cientista Norman Osborne o negligencia sempre, e na hora da verdade, de maneira errada, se torna um bom pai. Ele é um sujeito típico para encarnar um vilão, além de ser lindamente feio (interpretado pelo ótimo WILLEM DAFOE – que participa dos três filmes), é arrogante e deseja o poder acima de tudo.
Depois de uma experiência frustrada com sua criação maluca, se transforma no vilão Duende Verde (que eu chamo carinhosamente de “Duente Verde”). Com o circo armado, ele voa em um planador e tem brinquedos perigosos como àquelas inexplicáveis bolas que explodem e também faz sair umas lâminas que voam parecendo mísseis teleguiados. Enfim, apesar de Raimi e os produtores tentarem fazer com que o filme pareça verossímil, é muito mais fantasia de histórias em quadrinhos para moleques de até 12 anos. Ainda mais se tratando da direção de Raimi, conhecido pelo seu humor gore e exagerado e com um timing acelerado. Mas o elenco até que reforça bastante, além do trio de jovens e um ótimo vilão, ROSEMARY HARRIS leva experiência ao set como a Tia May e J.K. SIMMONS é simplesmente perfeito como o engraçado e mão de vaca dono do Clarim Diário: J.J. Jameson (meu personagem predileto de Stan Lee). E os coadjuvantes também eu aprovo: BILL NUNN como “Robbie” (braço direito de Jameson) a secretária Betty Brant (ELIZABETH BANKS – ainda se tornando conhecida) e o irmão de Raimi, TED RAIMI como o engraçado Hoffman. Há também um personagem que os fãs desejavam ver na fita, o bad boy da escola de Peter, Flash Thompson (JOE MANGANIELLO). Ou seja, todos eles acertam porque não são personagens em destaque, mas estão lá para ilustrar melhor o universo do herói.
O Homem Aranha apareceu primeiramente no 15º e último lançamento da revista Amazing Fantasy, cuja capa datada é de agosto de 1962. Evidente que fora um sucesso inesperado e fez de Stan Lee um verdadeiro herói. Foi necessária uma espera de 40 anos para que o herói fosse finalmente para as telas. E Sam Raimi após ter realizado fitas boas como O DOM DA PREMONIÇÃO e UM PLANO SIMPLES e conhecido pelo “terrir” da trilogia “A Morte do Demônio” (com BRUCE CAMPBELL – que faz participações especiais nos três filmes do aranha. Aqui como o apresentador de luta - livre), teve uma imensa responsabilidade de super-herói para agradar a todos. Teve gente que odiou a adaptação, repúdio total, outras adoraram e alguns o acharam na média (apenas bom, como eu). Certamente o filme foi um grande sucesso de bilheteria do ano e garantiu as sequências.
Pelo menos o time que acompanhou Raimi na criação foi até certeiro. Com o suporte do premiado diretor de fotografia DON BURGESS (do premiado Filme Oscar FORREST GUMP – O Contador de Histórias), o figurinista JAMES ACHESON (de LIGAÇÕES PERIGOSAS e O ÚLTIMO IMPERADOR) e o compositor DANNY ELFMAN (dos sucessos de Tim Burton e fez trilha para o BATMAN que se tornou hino e de outro cult de Raimi [DARKMAN – VINGANÇA SEM ROSTO]).
Os efeitos especiais ficaram ao encargo de JOHN DYKSTRA (de STAR WARS) e criados no estúdio em expansão a IMAGEWORKS, da Sony. A produção começou em janeiro de 2001 em Culver City, na Califórnia, tudo até de um jeito modesto para uma super-produção.
A melhor cena do filme é o ataque do Duende na Times Square que culmina numa sequência de luta entre o Homem Aranha e o macabro verdão. Raimi faz típicas homenagens a outros heróis; Superman (quando Parker abre a camisa e mostra o uniforme por de baixo) e na hora que Mary Jane cai do edifício e o herói pega a mocinha com as teias em um estilo Batman, pouco antes de chegar ao chão e sai atirando teia que o faz voar (já que voar não é típico dele, nem do Batman, só do Super-Homem mesmo!). No final, temos um roteiro simples demais e sem ênfase dramática, escrito por DAVID KOEPP (dos filmes de Spielberg), isto é, as cenas com Tio Ben e Maguire convencendo um pouco no drama são momentos ligeiros e a transformação do herói é atípica. A produção é assinada pela experiente LAURA ZISKIN que veio da indicação ao Oscar por MELHOR É IMPOSSÍVEL (1997, de James L. Brooks) e do produtor vencedor do Oscar IAN BRYCE (de O RESGATE DO SOLDADO RYAN, 1998). São eles que sustentam AVI ARAD e Stan Lee na aventura de produtores de cinema, levando a Marvel para o status que tanto merecia, mas o filme de Raimi é apenas um bom passatempo e não uma obra prima como da concorrente DC Comics e o seu CAVALEIRO DAS TREVAS. E, também nem chega a ser uma produção a altura do clássico de Richard Donner (Superman, 1978).
Pode-se comparar Homem-Aranha com o Batman de 1989 realizado por Tim Burton. Um caso de um filme que deu a oportunidade de dar vida a um mito das gerações e que ainda não encontrou a sua versão definitiva. O 2 e o 3 revelam os limites de Raimi na compreensão de seu herói predileto. Um cineasta que se tornou classe A com estas produções e que faz apenas filmes que sonhava ver quando garoto. Raimi não soube partilhar com o resto do planeta, deixando o aracnídeo um pouco no limbo, aqui envelhecendo cada vez mais. Principalmente com o terceiro filme (nas próximas sessões da série heróis), Raimi decepciona.
O incrível neste filme do aranha é que ele sabe divertir. Nos faz rir e vibrar. Nova York clamava pelo herói há muito tempo e o momento não poderia ser mais correto. Das cinzas do terrorismo surge o melhor herói do universo Marvel. “We Love spidey.” Outra curiosidade: o projeto seria dirigido por JAMES CAMERON (AVATAR) foi ele que planejou a câmera para trabalhar melhor nos movimentos quando o Aranha salta e voa entre os edifícios, além de ter pré-produzido o efeito das teias. MARC WEBB (diretor de 500 DIAS COM ELA) é o responsável pelo THE AMAZING SPIDER-MAN que retorna em 2012. O mundo não vai acabar, mas veremos o ótimo Andrew Garfield como o aclamado herói.
_____
EUA- 2002
AVENTURA
FULLSCREEN
121 min.
COR
COLUMBIA/SONY
LIVRE
✩✩✩ BOM
_____
No comments:
Post a Comment