Thursday, April 12, 2012

SAM RAIMI |Super Heróis CAPÍTULO II - HOMEM ARANHA ™

Quando é picado por uma aranha geneticamente modificada, um estudante nerd, tímido e desajeitado, Peter Parker, ganha super poderes e se torna o incrível Homem-Aranha. Como herói ganha o amor de sua vizinha Mary Jane Watson, que é perdidamente apaixonado e resolve proteger a cidade dos mais temíveis vilões: o primeiro deles, O Duende Verde. Baseado na HQ de Stan Lee e Steve Ditko.Os fãs de super heróis do mundo, especialmente os mais xiitas do universo Marvel já esperavam ansiosamente o lançamento da Columbia/Sony naquele verão do início do século XXI. Assim como, Nova York, após os atentados de 11 de setembro de 2001, também ansiava por um herói. Eis que surge o longa metragem adaptado dos famosos quadrinhos de Lee e Ditko, dirigido por SAM RAIMI (Trilogia Evil Dead) que ganhou fama com a cena cortada onde o aranha fazia uma imensa teia entre as torres gêmeas (a produção foi adiada e lançada no ano seguinte após a tragédia) e, fora o falatório do beijo icônico do herói e da mocinha, de cabeça para baixo, que sustentaram a fita. O primeiro filme da trilogia original de Raimi tem falhas grotescas (na cena final no cemitério um erro de continuidade com relação a mão de Mary Jane), mas não deixa de ser uma boa diversão pipoca em dias tempestivos.
Afinal, estamos falando de uma história bacana dos quadrinhos Marvel (começando a adquirir status de produtora de filmes – após os sucessos de X-Men), onde um super-herói é na verdade um estudante nerd de óculos, atrapalhado, que ganha super poderes após uma aranha genética picá-lo. Suas primeiras preocupações são lidar com as acnes e probleminhas de “aborrescentes” antes de salvar a cidade dos vilões diabólicos. Quer impressionar a garota vizinha, M.J (KIRSTEN DUNST – ótima) e ganhar um carro novo. Bom, como Peter Parker, TOBEY MAGUIRE consegue ser perfeito, mas quando abre a boca e começa a dialogar com sua “vozinha” famosa...hum..enfim. Como aranha ele chega a impressionar ficando fisicamente apropriado e tem poucos momentos ótimos. Assim, é Maguire que tenta convencer o público de que com grandes poderes, vem grandes responsabilidades. Frase de seu falecido Tio Ben (o veterano CLIFF ROBERTSON- marcado pelo personagem), que após sofrer um atentado criminoso em um assalto frustrado (o bandido feito por Michael Papajohn), faz com que o garoto amadureça lidando com o desejo de vingança e fazer o que é certo. Ser um super-herói. O melhor amigo é o riquinho Harry Osborne ( o agora galã JAMES FRANCO), que aparenta James Dean e um rebelde sem causa. Mimado, confuso, mas também amigo. Seu pai, o empresário e cientista Norman Osborne o negligencia sempre, e na hora da verdade, de maneira errada, se torna um bom pai. Ele é um sujeito típico para encarnar um vilão, além de ser lindamente feio (interpretado pelo ótimo WILLEM DAFOE – que participa dos três filmes), é arrogante e deseja o poder acima de tudo.

Depois de uma experiência frustrada com sua criação maluca, se transforma no vilão Duende Verde (que eu chamo carinhosamente de “Duente Verde”). Com o circo armado, ele voa em um planador e tem brinquedos perigosos como àquelas inexplicáveis bolas que explodem e também faz sair umas lâminas que voam parecendo mísseis teleguiados. Enfim, apesar de Raimi e os produtores tentarem fazer com que o filme pareça verossímil, é muito mais fantasia de histórias em quadrinhos para moleques de até 12 anos. Ainda mais se tratando da direção de Raimi, conhecido pelo seu humor gore e exagerado e com um timing acelerado. Mas o elenco até que reforça bastante, além do trio de jovens e um ótimo vilão, ROSEMARY HARRIS leva experiência ao set como a Tia May e J.K. SIMMONS é simplesmente perfeito como o engraçado e mão de vaca dono do Clarim Diário: J.J. Jameson (meu personagem predileto de Stan Lee). E os coadjuvantes também eu aprovo: BILL NUNN como “Robbie” (braço direito de Jameson) a secretária Betty Brant (ELIZABETH BANKS – ainda se tornando conhecida) e o irmão de Raimi, TED RAIMI como o engraçado Hoffman. Há também um personagem que os fãs desejavam ver na fita, o bad boy da escola de Peter, Flash Thompson (JOE MANGANIELLO). Ou seja, todos eles acertam porque não são personagens em destaque, mas estão lá para ilustrar melhor o universo do herói.

O Homem Aranha apareceu primeiramente no 15º e último lançamento da revista Amazing Fantasy, cuja capa datada é de agosto de 1962. Evidente que fora um sucesso inesperado e fez de Stan Lee um verdadeiro herói. Foi necessária uma espera de 40 anos para que o herói fosse finalmente para as telas. E Sam Raimi após ter realizado fitas boas como O DOM DA PREMONIÇÃO e UM PLANO SIMPLES e conhecido pelo “terrir” da trilogia “A Morte do Demônio” (com BRUCE CAMPBELL – que faz participações especiais nos três filmes do aranha. Aqui como o apresentador de luta - livre), teve uma imensa responsabilidade de super-herói para agradar a todos. Teve gente que odiou a adaptação, repúdio total, outras adoraram e alguns o acharam na média (apenas bom, como eu). Certamente o filme foi um grande sucesso de bilheteria do ano e garantiu as sequências.
Pelo menos o time que acompanhou Raimi na criação foi até certeiro. Com o suporte do premiado diretor de fotografia DON BURGESS (do premiado Filme Oscar FORREST GUMP – O Contador de Histórias), o figurinista JAMES ACHESON (de LIGAÇÕES PERIGOSAS e O ÚLTIMO IMPERADOR) e o compositor DANNY ELFMAN (dos sucessos de Tim Burton e fez trilha para o BATMAN que se tornou hino e de outro cult de Raimi [DARKMAN – VINGANÇA SEM ROSTO]).

Os efeitos especiais ficaram ao encargo de JOHN DYKSTRA (de STAR WARS) e criados no estúdio em expansão a IMAGEWORKS, da Sony. A produção começou em janeiro de 2001 em Culver City, na Califórnia, tudo até de um jeito modesto para uma super-produção.

A melhor cena do filme é o ataque do Duende na Times Square que culmina numa sequência de luta entre o Homem Aranha e o macabro verdão. Raimi faz típicas homenagens a outros heróis; Superman (quando Parker abre a camisa e mostra o uniforme por de baixo) e na hora que Mary Jane cai do edifício e o herói pega a mocinha com as teias em um estilo Batman, pouco antes de chegar ao chão e sai atirando teia que o faz voar (já que voar não é típico dele, nem do Batman, só do Super-Homem mesmo!). No final, temos um roteiro simples demais e sem ênfase dramática, escrito por DAVID KOEPP (dos filmes de Spielberg), isto é, as cenas com Tio Ben e Maguire convencendo um pouco no drama são momentos ligeiros e a transformação do herói é atípica. A produção é assinada pela experiente LAURA ZISKIN que veio da indicação ao Oscar por MELHOR É IMPOSSÍVEL (1997, de James L. Brooks) e do produtor vencedor do Oscar IAN BRYCE (de O RESGATE DO SOLDADO RYAN, 1998). São eles que sustentam AVI ARAD e Stan Lee na aventura de produtores de cinema, levando a Marvel para o status que tanto merecia, mas o filme de Raimi é apenas um bom passatempo e não uma obra prima como da concorrente DC Comics e o seu CAVALEIRO DAS TREVAS. E, também nem chega a ser uma produção a altura do clássico de Richard Donner (Superman, 1978).

Pode-se comparar Homem-Aranha com o Batman de 1989 realizado por Tim Burton. Um caso de um filme que deu a oportunidade de dar vida a um mito das gerações e que ainda não encontrou a sua versão definitiva. O 2 e o 3 revelam os limites de Raimi na compreensão de seu herói predileto. Um cineasta que se tornou classe A com estas produções e que faz apenas filmes que sonhava ver quando garoto. Raimi não soube partilhar com o resto do planeta, deixando o aracnídeo um pouco no limbo, aqui envelhecendo cada vez mais. Principalmente com o terceiro filme (nas próximas sessões da série heróis), Raimi decepciona.

O incrível neste filme do aranha é que ele sabe divertir. Nos faz rir e vibrar. Nova York clamava pelo herói há muito tempo e o momento não poderia ser mais correto. Das cinzas do terrorismo surge o melhor herói do universo Marvel. “We Love spidey.” Outra curiosidade: o projeto seria dirigido por JAMES CAMERON (AVATAR) foi ele que planejou a câmera para trabalhar melhor nos movimentos quando o Aranha salta e voa entre os edifícios, além de ter pré-produzido o efeito das teias. MARC WEBB (diretor de 500 DIAS COM ELA) é o responsável pelo THE AMAZING SPIDER-MAN que retorna em 2012. O mundo não vai acabar, mas veremos o ótimo Andrew Garfield como o aclamado herói.

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EUA- 2002

AVENTURA
FULLSCREEN
121 min.
COR

COLUMBIA/SONY

LIVRE

✩✩✩ BOM

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COLUMBIA PICTURES APRESENTA
UMA PRODUÇÃO MARVEL ENTERPRISES/LAURA ZISKIN
UM FILME DE SAM RAIMI
SPIDER-MAN
ESTRELANDO: TOBEY MAGUIRE. WILLEM DAFOE. KIRSTEN DUNST JAMES FRANCO.
CLIFF ROBERTSON. ROSEMARY HARRIS. J.K. SIMMONS

CO-ESTRELANDO: GERRY BECKER. BILL NUNN. JACK BETTS. STANLEY ANDERSON.
RON PERKINS. JOE MANGANIELLO

Ted Raimi. Elizabeth Banks. Bruce Campbell. Michael Papajohn

Música DANNY ELFMAN Figurino JAMES ACHESON
Efeitos Visuais JOHN DYKSTRA. SONY PICTURES IMAGEWORKS INC.
Co-produtor GRANT CURTIS Cenografia NEIL SPISAK
Fotografia por DON BURGESS
Edição BOB MURAWSKI. ARTHUR COBURN

Produtores Executivos AVI ARAD. STAN LEE Roteiro DAVID KOEPP

Baseado na HQ Marvel criado por STAN LEE e STEVE DITKO
Produzido por LAURA ZISKIN. IAN BRYCE Dirigido por SAM RAIMI

Columbia/Marvel Enterprises © 2002

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