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UNIVERSAL MONSTERS COLLECTION: CAPÍTULO QUATRO
Um cientista descobre uma maneira de se tornar invisível, mas ao fazê-lo, ele se torna um assassino insano.
A fita é uma das mais provocantes do estúdio Universal. Baseado no clássico romance de H. G. WELLS (Guerra Dos Mundos) e realizado novamente pelo autoral cineasta JAMES WHALE (FRANKENSTEIN). Além destas apresentações, O Homem Invisível, original de 1933 deu origem a várias sequências e imitações, e apresentava efeitos especiais magníficos, até hoje imitados e inigualados.
RAINS apresenta a sua brilhante voz para causar o medo, e ficou sendo a sua marca registrada. O filme só é uma extensão do fascínio que, desde os primórdios do cinema que, cineastas e o público têm pelos efeitos especiais. Só para exemplificar este histórico, filmes como VIAGEM A LUA de GEORGES MÉLIÈS e os dinossauros de stop-motion da fita O MUNDO PERDIDO (1925). Ou seja, foi o cinema mudo que montou o cenário das trucagens que culminaram nos anos vindouros. Assim sendo, para toda a magia óptica e digital que hoje tomamos por certo.
Certamente os filmes sonoros da época da depressão como KING KONG (1933) e O Homem Invisível que vos falo, deram uma união extraordinária em relação a esta magia do cinema com forte drama emocional. Isto mesmo, O Homem Invisível pode ser um filme de terror tachado, e não ser fiel a obra de Wells, mas é puro drama ao mostrar a insanidade de um homem que não poupa despesas, caprichos e métodos nada ortodoxos, para conseguir o que almeja. Imaginem como é intrigante o poder da invisibilidade. O que fariam se fossem invisíveis? Poder estar em qualquer lugar sem ser visto, assaltar bancos, cometer homicídios, vigiar de perto a privacidade das pessoas. Enfim. Quanto tempo levaria para um homem agir de má fé?
O filme questiona este poder, também com muito bom humor e certa leveza, mas a premissa é um tanto pesada e as loucuras cometidas por Claude Rains é algo realmente perturbador. E, o que o filme tem de precioso é o limite da técnica cinematográfica sem perder o elemento humano, isto é, é saber fotografar os efeitos visuais em meio a inconstância do personagem principal, que é um homem comum e amável, mas também um monstro frio e sádico. Não um vampiro, um cadáver híbrido ou uma múmia amaldiçoada, e sim um homem comum que não é visto e perdeu completamente o juízo.
Whale realiza aqui uma narrativa que é muito parecida com sua obra inaugural Frankesntein. Temos um cientista enamorado, uma donzela da alta sociedade preocupada com o noivo, outro sujeito, amigo do cientista interessado na mocinha e uma criação monstruosa em meio a um laboratório químico de experimentação. Só que diferente da obra de Mary Shelly, Wells usa o herói-vilão sendo o próprio monstro, que acaba representando o lado mais sombrio que existe em todos nós.
A cena mais duradoura da fita é quando Rains se revela como o homem invisível, e vai retirando as suas faixas de gaze e dizendo: “Vocês estão loucos para saber quem eu sou não é? Bem, então eu vou lhes mostrar (tira o nariz falso) Eis um suvenir para vocês...” E com sua risada diabólica vai ficando nu aos poucos e desaparecendo diante nossos olhos.
Pois é, realmente é fascinante quando ele tira totalmente as faixas e vai rindo sem parar. Os efeitos deixa até a versão de Paul Verhoeven com Kevin Bacon no chinelo. Acreditem! Nesta parte do filme, Rains já havia assustado o vilarejo local com sua estranheza, quando uma senhora dona da hospedaria 2 estrelas (a ótima UNA O´CONNOR - foto ao lado)
é atacada pelo homem. Una é uma figura tão engraçada, que ao assisti-la rimos até o estômago doer. Sua atuação é tão caricata, exagerada que no final não há escapatória a não ser rir. Bom, quando isso acontece, Una “grita” pelos policiais que tentam agarrar o homem invisível em uma perseguição desvantajosa e impossível. É uma sequência alucinante para um filme de 1933. Ele tira tudo, e fica sem as roupas de baixo quando para provocar, sai correndo pelo ambiente apenas de camisa, que flutua magistralmente. Até que ele sai pela janela deixando um rastro de pavor na pacata cidade, e sempre com sua implacável voz.
Wells apesar de otimista com o cinema, não achava que seus livros deveriam ser adaptados em Hollywood. Isso pelo fato de que um de seus romances A ILHA DO DR. MOREAU, feito na Paramount com outro título ‘THE ISLAND OF LOST SOULS’ com Bela Lugosi, deixou Wells totalmente insatisfeito porque achou que sua obra foi transformada em um simples filme trash de terror e não foi captada a essência da ficção científica na qual Wells foi precursor na literatura. E, O Homem Invisível foi o segundo livro do autor no gênero que lhe deu reputação como “o pai da ficção científica”.
O filme também é estrelado por GLORIA STUART
como a noiva do vilão. Gloria é conhecida hoje pelo seu papel no filme de James Cameron TITANIC, na qual foi indicada ao Oscar como a “Old Rose”. E, sem a indicação nas titulagens quando assisti ao filme pela primeira vez, provavelmente não teria reconhecido à senhora que faleceu com os seus 100 anos.
Teve continuações: THE INVISIBLE MAN RETURNS (1940), THE INVISIBLE WOMAN (1940 – com uma Mulher Invisível), THE INVISIBLE AGENT (1942) e THE INVISIBLE MAN´S REGENGE (1944). Além é claro, de inúmeras outras versões que sempre provocavam com a falaciosa nudez.
Você pensa que está sozinho? Pense de novo e assista ao O HOMEM INVISÍVEL, original!
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EUA – 1933
TERROR
71min.
PRETO E BRANCO
FULLSCREEN
12 ANOS
UNIVERSAL
✩✩✩✩✩ EXCELENTE
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