
É curioso como esta fita realizada por RON HOWARD e BRIAN GRAZER (vencedores do premiado com o Oscar UMA MENTE BRILHANTE) esta envelhecendo mal. Parecia mesmo um furo excitante do momento quando o romance do badalado autor DAN BROWN (ANJOS & DEMÔNIOS/ FORTALEZA DIGITAL/ O SÍMBOLO PERDIDO) falava em um thriller de ficção, com fatos relacionados diretamente com a Igreja Católica, fiéis, crenças, fanatismos, símbolos etc. Quando o simbologista, meio Sherlock Holmes com Indiana Jones – ROBERT LANGDON, um interessante e acadêmico TOM HANKS, é jogado em um bizarro e misterioso assassinato.
Paralelamente Langdon conhece uma moça francesa que é neta da vítima, a criptóloga SOPHIE NEVEU, a bela AUDREY “Amelie Poulain” TAUTOU, que, com Robert, descobre pistas dentro de pinturas de Da Vinci deixadas pela vítima, um velho também misterioso e suposto avô da heroína. Para melhor descobrir a verdade, Robert e Sophie viajam de Paris a Londres, e cruzando caminhos ao mesmo tempo com aliados e vilões (ambas categorias suspeitas nesta trama) como o Sir. LEIGH TEABING , o ótimo Sir. IAN McKELLEN e o fantasma albino e aterrador SILAS (PAUL BETTANY tentando impressionar nos arquétipos dos dementes) um enviado de Deus que mata a serviço do seu mestre. Onde quer que Robert e Sophie estejam, os seus caminhos os leva a uma descoberta, que está prestes a ser revelada, fato este que poderia abalar os alicerces da história da humanidade.
O filme oscila muito mal, porque na verdade quando ele vai para um ótimo e maravilhoso plot de virada, se torna novamente um pouco maçante. Tudo gira em torno de Jesus Cristo ter sido, obviamente um homem comum, que deixou uma linhagem, fruto de seu casamento com a mal falada Maria Madalena. Ela é o Santo Graal e não o suposto cálice que Cristo bebeu na última ceia. Ou seja, Brown conseguiu causar furor e diversas discussões sobre sua teoria de ficção. Mas tudo não passa de fantasia, do ponto de vista ridículo para uma trama de assassinato, conspiração, suspense policial que provoca o religioso. Todos esses elementos que culminam em uma fita de perseguição à la Hitchcock, onde o herói é o homem errado.
O filme é salvo pelo reforço do elenco de peso. Hanks no seu jeito habitual consegue segurar o espectador e Tautou com sua delicadeza e ceticismo, ajuda a balançar o filme para o lado dos “não crentes”. Ian McKellen se revela um óbvio vilão que faz graça de um jeito Gay ferino. JEAN RENO é o detetive francês encarregado do caso que persegue o protagonista e sempre com aquele ar de “pau mandado”. Assim, o público (que não leu o livro) pensa que ele esconde sua vilania, que acaba sendo revelada como falsa. Paul Bettany chega a impressionar com as cenas de autoflagelação, mas no fim, o seu personagem soa clichê e artificial. Aquele típico louco que teve uma vida horrível de violência e salvo por Deus. Este tipo de louco estamos cansados de ver. E o ótimo, ALFRED MOLINA, como um Bispo obcecado por sua religião e ambicioso por bens em dinheiro que favoreceriam os seus votos com Deus. Nada de castidade, e sim, luxo e poder. Resumindo: temos um filme artificial e óbvio. O livro enquanto prosa, até poderia instigar mais a imaginação. Ler Dan Brown é assim: somos enganados! Até percebermos que ele é um exímio romancista do ponto de vista do próprio engano (com imaginação duvidosa) onde suas histórias são oscilantes para uma adaptação cinematográfica. Ao menos foi desta forma que recebi os filmes de Ron Howard (fez o mesmo com Anjos & Demônios e o resultado foi ainda mais irregular).
Brown sabe descrever tensão, suspense, tramas e muita ação. Porém, é um alienado em sua própria imaginação fazendo um paralelo absurdo com a realidade. Fica a impressão que aqui ele não explora Da Vinci - um gênio- como ele merece. As pistas que levam ao MONA LISA até A ÚLTIMA CEIA são pobres no enredo que já são solucionadas por um gênio da simbologia de maneira ríspida e clara demais para o leigo (parece tirar um sarro do público mostrando os símbolos piscando na tela). Não foi possível quebrar tanto a cuca, mesmo sem ter lido a prosa, e saber os verdadeiros culpados envolvidos deste complô. Uma salada de teorias por vezes esdrúxulas e artifícios fílmicos com muitos atalhos. A cena do assassinato no início foi estupidamente revelada. Os usos de digressões que contam um pouco a história sangrenta católica, das cruzadas, Cristo, Sophie etc. usam uma fotografia que já explica demais e chega a irritação (apesar de serem momentos curiosos para a platéia). Bastavam diálogos bons numa cena bem planejada e ora, poucos flashbacks não tão discretos e distantes como ocorre em demasia.
Não que O Código Da Vinci seja péssimo, mas não é muito bom. Embora o filme de Howard tenha ao menos prendido a atenção de outros espectadores, mas no fim, pode ser uma diversão passageira em mais um filme com Tom Hanks, um ator bem recebido pelo público brasileiro. Gostamos dele. Mas tudo não passa de uma farsa como premissa e roteiro. Intelectuais em teologia abominam o filme em sua totalidade. As críticas a Brown (e a nomes acadêmicos como Pierre Lévy) entre a massa Universitária de docentes é ate louvável. Tudo é muito por baixo do tapete, e mesmo Brown tendo o álibe da ficção, de ser um escritor de fantasia, usa panos quentes nesta mirabolante história sobre símbolos e verdades que não se sustentam como verdades, e que acabam não passando de mais uma teoria solta. Esse é o maior erro do livro e que o filme insiste em levar a cabo. Termina mostrando onde Maria Madalena (o Graal em pessoa) estaria enterrada, ficando aquele ar estranho de incredibilidade. E olha que não to falando pelo fato de envolver uma história sagrada e divina, mas pela falta de credibilidade do autor mesmo. Brown, assim como o roteirista e o diretor do filme, têm pouco tutano e segurança, afinal a trama se passa no mundo real e pecaminoso da Igreja, não? Estamos falando da história por trás da história e fica aquela sensação insegura: quanto mais você lê, menos você sabe.
O único detalhe que salva o filme (e livro) é o entendimento do Deus interior. E a explicação é dada quando o personagem de Hanks abre de coração, o seu trauma de vida, quando ficou preso em um poço quando criança e orou a Deus para sobreviver mais um dia. Isto é, a FÉ. Sem ela não vivemos. Nisso eu acredito, e também creio que deveria ser o único código do homem. Esta palavrinha é fácil de decifrar.
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EUA-2006




O único detalhe que salva o filme (e livro) é o entendimento do Deus interior. E a explicação é dada quando o personagem de Hanks abre de coração, o seu trauma de vida, quando ficou preso em um poço quando criança e orou a Deus para sobreviver mais um dia. Isto é, a FÉ. Sem ela não vivemos. Nisso eu acredito, e também creio que deveria ser o único código do homem. Esta palavrinha é fácil de decifrar.

SUSPENSE
WIDESCREEN
174 min. Versão Estendida
149 min. Primeira Versão
COR
16 ANOS
COLUMBIA
✩✩ REGULAR
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COLUMBIA PICTURES E IMAGINE ENTERTAINMENT APRESENTAM
UMA PRODUÇÃO BRIAN GRAZER/ JOHN CALLEY
UM FILME DE RON HOWARD
TOM HANKS
“THE DA VINCI CODE”
AUDREY TAUTOU. IAN McKELLEN. ALFRED MOLINA. JÜRGEN PROCHNOW
Com PAUL BETTANY e JEAN RENO
Música de HANS ZIMMER Figurinos por DANIEL ORLANDI
Desenhos de Produção ALLAN CAMERON
Fotografado por SALVATORE TOTINO
Produtores Associados KATHLEEN McGILL. LOUISA VELIS
Edição DAN HANLEY. MIKE HILL
Produtores Executivos TODD HALLOWELL. DAN BROWN
BASEADO NO ROMANCE DE DAN BROWN
Produzido por BRIAN GRAZER. JOHN CALLEY
Escrito por AKIVA GOLDSMAN DIRIGIDO POR RON HOWARD
COLUMBIA PICTURES ©2006
UMA PRODUÇÃO BRIAN GRAZER/ JOHN CALLEY
UM FILME DE RON HOWARD
TOM HANKS
“THE DA VINCI CODE”
AUDREY TAUTOU. IAN McKELLEN. ALFRED MOLINA. JÜRGEN PROCHNOW
Com PAUL BETTANY e JEAN RENO
Música de HANS ZIMMER Figurinos por DANIEL ORLANDI
Desenhos de Produção ALLAN CAMERON
Fotografado por SALVATORE TOTINO
Produtores Associados KATHLEEN McGILL. LOUISA VELIS
Edição DAN HANLEY. MIKE HILL
Produtores Executivos TODD HALLOWELL. DAN BROWN
BASEADO NO ROMANCE DE DAN BROWN
Produzido por BRIAN GRAZER. JOHN CALLEY
Escrito por AKIVA GOLDSMAN DIRIGIDO POR RON HOWARD
COLUMBIA PICTURES ©2006

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