Uma nave de mineração, NOSTROMO dirigida por sete tripulantes, aterrissa em um planeta alienígena para investigar um pedido de SOS. Lá descobrem que o local é ninho de um ser hostil que acaba invadindo o corpo de um dos mineradores astronautas e se instalando na nave matando um a um.
ALIEN, o 8º passageiro dirigido por RIDLEY SCOTT (Gladiador, Blade Runner) estabeleceu o elemento chave de filme sci- fiction com terror B. Embora na história do cinema haja obras como O MONSTRO DO ÁRTICO (1951) de Howard Hawks ou O MONSTRO LA LAGOA NEGRA (1954) de Jack Arnold, clássicos que já hibridizavam ficção-científica com terror. Mas, Alien foi a fita que fez com mais elegância e estilo, e que certamente, foi o filme que catapultou esta ótima mistura de gêneros.
Todos comentam a cena que a criatura sai do peito de JOHN HURT e como este momento é o mais gore e aterrador da obra. Ou mesmo das cenas sombrias e claustrofóbicas na nave com a ótima SIGOURNEY WEAVER em seu primeiro filme (fez uma ponta como figurante no clássico de Woody Allen: Annie Hall).


Depois que o roteiro virou um projeto, outros cineastas entraram e reescreveram a trama, o que chateou O´Bannon que quase não foi creditado. Isso porque o roteiro foi considerado ruim, isto é, com diálogos péssimos e perfis de personagens degradantes daquele tipo de filme barato de terror, salvo apenas pela idéia central. Portanto um dos produtores e também diretor de cinema WALTER WILL (de fitas como 48 HORAS) e mais o produtor DAVID GILER acrescentaram na trama o plot do robô Ash (IAN HOLM) que tenta proteger o monstro e o mais importante, a heroína RIPLEY (que no primeiro esboço do script era um homem). Em outras palavras, a história não era mais um filme estilo Roger Corman, e sim algo mais perto dos filmes de Cecil B. DeMille, por exemplo. O que ajudou a criar a lenda e o clássico chamado ALIEN. Provavelmente quando um filme recebe tantos créditos de pessoas de todas as partes que acrescentam uma idéia incrível, o resultado é sempre um filme que marca gerações.
O problema de O´Bannon é que ele achava que o filme era só dele: “Quando vi a fila fazendo volta no Egyptian Theatre eu flutuei...era uma fila para Alien? Meu filme”! Por isso sua carreira não decolou. Mesmo quando RIDLEY SCOTT assumiu a direção e se concentrava para criar o visual do filme, O´Bannon opinava em cada detalhe. Queria ver diariamente os copiões da fita etc. O cara não assinou contrato para tal e não tinha (dentro da lei) poder para fazer o trabalho do diretor. Porém, sem notar e querendo ajuda, foi Scott com o seu imenso prazer em compartilhar idéias que deu carta branca para O´Bannon, que abusou. Aliás, Ridley Scott merece todo o crédito maior por ter realizado o filme. Foi o seu segundo longa metragem, um feito único e original, inimitável. Scott recebeu o convite da Fox depois que o belo OS DUELISTAS (1977) fez sucesso e ganhou prêmio importante em CANNES. O visual desta fita chamou atenção, o que o fez dirigir o projeto e ultrapassar as expectativas.
Os cenários (sets) eram grandiosos, assim como os modelos de maquete e todo o departamento de luz, som e efeitos especiais. Mas nada como o trabalho do artista plástico H. R. GIGER responsável por todo o visual do Alien, de todo o planeta alienígena e tudo relacionado ao monstro, como os famosos ovos. O conceito veio das ilustrações de Giger chamado "NECRONOMICON". As pinturas e ilustrações eram extremamente bizarras e com conotações sexuais. Podia notar no planeta alien formatos de vaginas e pênis gigantes que também eram relacionados a morte em meio a um universo gótico. Portanto, comparações com o universo de Star Wars seria totalmente implausível. Foi o trabalho de Giger que deu mais visão e originalidade ao filme.


O que Cameron fez na continuação foi realizar uma fita de ação, que nada tem a ver com o primeiro. Isso foi bom porque ALIENS parece outro filme que também fez sua história, acrescentando ação com terror e ficção-científica (embora o terror não seja o forte de Cameron). Infelizmente quando Alien se tornou série, o formato se desandou feio (o que é ALIENS VS. PREDADOR?). Outros cineastas de renome em início de carreira começaram na saga. DAVID FINCHER ( A REDE SOCIAL/CLUBE DA LUTA) faz o seu debut em ALIEN ³ (1992) e o cineasta francês JEAN-PIERRE JEUNET, realizador do adorável Cult O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE POULAIN (2001) conclui o quarto capítulo na sua estréia em Hollywood com ALIEN: A RESSURREIÇÃO (1997). Mas nada comparável a primeira obra, que conseguiu fazer o público reagir perfeitamente naquelas sessões escuras de 79.
ALIEN é um dos clássicos mais surpreendentes da década de 70. Visualmente belo e assustador. As melhores combinações da sétima arte e, provavelmente o melhor exemplo de filme de segunda linha que se transforma em uma caprichada produção que ajudou a redefinir a cinematografia. Sem exageros, de um jeito oi de outro a classe B disfarçada de classe A.
Foi lançado a versão do diretor Ridley Scott nos cinemas em 2003 com cenas adicionais o que deixa a viagem em Nostromo ainda mais angustiante. Felizmente eu pude ver esse relançamento no cinema!

INGLATERRA/EUA -1979
FICÇÃO-CIENTÍFICA/TERROR
WIDESCREEN ANAMÓRFICO
117 min. / 116 min. (VERSÃO DO DIRETOR)
COR
14 ANOS
FOX
✩✩✩✩✩ EXCELENTE
____
TWENTIETH CENTURY FOX APRESENTA
UMA PRODUÇÃO BRANDYWINE
UM FILME DE RIDLEY SCOTT
A L I E N
Estrelando TOM SKERITT. SIGOURNEY WEAVER. VERONICA CARTWRIGHT.
HARRY DEAN STANTON. JOHN HURT. IAN HOLM e YAPHET KOTTO como PARKER
Co-estrelando:
Helen Horton como A VOZ DA NAVE MÃE e Bolaji Badejo como o ALIEN
Música de JERRY GOLDSMITH Diretor De Fotografia DEREK VANLINT
Montagem TERRY RAWLINGS Design de Produção MICHAEL SEYMOUR
Diretores De Arte ROGER CHRISTIAN. LESLIE DILLEY
Cenário IAN WHITTAKER Figurinos por JOHN MOLLO
Design do ALIEN por H. R. GIGER * Efeito do ALIEN por CARLOS RAMBALDI
Consultor Visual DAN O´BANNON Produtor Executivo RONALD SHUSETT
História de DAN O ´BANNON e RONALD SHUSETT Escrito por DAN O ´BANNON
Produzido por GORDON CARROLL. DAVID GILER e WALTER HILL
Dirigido por RIDLEY SCOTT
FOX FILM-BRANDYWINE ©1979

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