Friday, November 18, 2011

TIM BURTON | PLANETA DOS MACACOS



São 120 minutos de pura chatice, e nunca pensei que um dia iria dizer isso de um filme do TIM BURTON que gosto muito (pô ele dirigiu EDWARD MÃOS DE TESOURA, BATMAN [1989], ED WOOD, MARTE ATACA! A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA, OS FANTASMAS SE DIVERTEM e tantas outras maravilhas como O ESTRANHO MUNDO DE JACK [produziu e idealizou]). Claro, ele errou muito nesta ladainha de fazer refilmagens de clássicos absolutos como também: A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE e ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (decepção mais horrorshow que planeta) com seu ator-fetiche JOHNNY DEPP. Mas na mesma época deu um alívio dirigindo obras primas com mais a sua patente (PEIXE GRANDE e SWEENEY TODD). Agora quanto a esta fita de 2001, meu Deus! Pierre Boulle, autor da obra original, deve estar se revirando em seu túmulo, já que o mesmo nunca achava que sua história daria certo para o cinema. Bom, ele viu que deu certo em 1968 quando o produtor Arthur P. Jacobs realizou aquele filme intrigante com CHARLTON HESTON (que faz uma ponta aqui não creditada como o pai macaco do vilão Thade), mas quando Burton resolveu encher linguiça com um filme quando estava sem idéias, enfim, foi minha primeira grande (a segunda foi ALICE) decepção com relação a este mágico cineasta.



A trama é mais ridícula que as histórias soup opera da TV Globo ultimamente, é sobre uma estação bélica (espacial) chamada OBERON. O ano é 2029 e nesta estação são enviadas diversas missões de reconhecimento interestelar, e os chimpanzés são as cobaias. Ou seja, eles preferem mandar os bichinhos para a morte do que um piloto treinado. Se bem que o piloto não é bom, visto que ele é MARK WAHLBERG, que consegue destruir duas naves de milhões de dólares com aterrissagens medíocres (no começo e no final da fita). Em uma das missões espaciais o macaquinho se perde e o Mark Mark vai lá tentar resgatá-lo, mas ele acaba “viajando no tempo” (o Twister que leva a Dorothy de Kansas a Oz é mais dramático) e pronto, ele está em um planeta que lembra um pouco a Terra (mas não é. Que bosta!) e cai em um pântano (claro em um filme do Tim não poderia ter um deserto brilhante). Quando ele se dá conta esta no meio de uma caçada em que os humanos são capturados por macacos maus. Os bichos os prendem em jaulas, escravizam e usam esses humanos como objetos de porrada (nem mostra eles fazendo experiências científicas com as pessoas) e esse pessoal bonito e não peludo, diferente do filme original, falam um bocado! Pra quem não conhece o filme antigo, na trama os humanos eram os bichos do zoológico que não falavam e os macacos os dominantes e seres inteligentes, aqui não. Na ficção científica de Boulle esse planeta era um mundo invertido, um pouco "País Das Maravilhas", mas nem isso Burton imprimi aqui. E ainda consegue trazer um elenco apático.
Alguns atores ruins mesmo, mas outros ótimos como TIM ROTH (Pulp Fiction, Cães de Aluguel) que nada tem a fazer neste filme como o macaco vilão, Thade, um general do exército símio que deseja a todo custo exterminar toda a raça humana.


O filme também trás a primeira incursão de HELENA BONHAM CARTER em um filme de Tim, o seu futuro marido (Tim era casado com Lisa Marie que participou de quase todos filmes dele no passado, esse foi o último). Carter interpreta uma macaca boa, Ari, que sempre atende pelos humanos e que cai de desejos (weird) pelo Mark. Duas espécies diferentes com requintes sexuais. Que nojo Tim! Isso numa história do gênero é um erro. Por isso George Lucas nunca ficou confortável com o romance de Anakin com Natalie Portman e evitou as cenas em Star Wars. Existe um limite Han Solo e Princesa Léia em termos sexuais em uma fita de sci-fiction. "Fez-favôre"
.

O elenco continua estranho, o fortão MICHAEL CLARKE DUNCAN (perfeito em À ESPERA DE UM MILAGRE) como um gorila capanga, PAUL GIAMATTI como um orangotango fazendo gracinhas e os coadjuvantes humanos? Um pior que o outro: o velho KRIS KRISTOFFERSON, o menino LUKE EBERL e a moça sem graça e com lábios carnudos e cheios de batom, ESTELLA WARREN (gostava da Linda Harrison do original) que parece atriz pornô. É muito irritante ver esses humanos tagarelando, o que não tem nada a ver. Como eles são primatas e inferiores a esses macacos se sabem falar?
O visual aqui é muito sombrio, evidente, e tudo é "sem brilho" (literalmente) ou capricho. A cidade medieval dos macacos tem casas muito feias e até mesmo o interior da estação bélica é mal desenhada. O desfecho é muito irregular e faz com que a platéia fique sem entender. Alguém entendeu? Por favor, me expliquem! Se o de 68 trazia aquele final esplêndido e aterrador, parecia mesmo um pesadelo, o do Burton parece não querer terminar e não coloca os pingos nos “is”. Não vou alongar a minha explicação, senão acabo soltando spoiler com relação ao filme clássico e original. E para quem ainda não assistiu eu sempre recomendo a fita de 68. Aliás, será a minha próxima sessão.

Fujam deste aqui!


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