



Ao contrário dos outros famosos traficantes (do cinema), como Denzel Washington em “O Gangster” (Ridley Scott, 2008), ou no notório Scarface com Al Pacino. Esse é em tudo e por tudo um traficante bem brasileiro e com a diferença de ser da classe média alta, escapando do olhar de filmes como Cidade De Deus ou mesmo Tropa. Só mesmo Selton Mello é capaz de dar vida a essa figura, até boêmia, já que o roteiro, a meu ver, não adota a solução mais óbvia, que seria ele mesmo contando a história, fosse em off fosse falando para a câmera.

Assim, nunca ficamos sabendo exatamente quem ele é, e o que pensa - o único momento em que o personagem se abre e mesmo aí poderia estar mentindo. Há certa polêmica sobre a lição de vida que o filme traz, para uns moralista (ele para pelos seus crimes), para outros amoral (já que mostra e desfrutando do dinheiro sujo e gozando a vida, não desenvolve dramaticamente os laços nem com os amigos, nem com a família que fica tudo como pano de fundo). O que mais me chocou, a princípio, foi a estética do filme. Todos os planos são fechados, próximos demais (às vezes parece close de novela) e a ponto de, por vezes, cortar a testa, sem a menor preocupação de colocar em cena a geografia do Rio De Janeiro que pouco se vê ou a época, ficando demais atemporal e ainda mais se tratando de uma cinebiografia.

Esteticamente, é um filme feio, que usa mal a música, que poderia ter a câmera mais nervosa e atuante, uma montagem mais criativa. Tem também uma direção extremamente irregular dos atores, que não sabe tirar a artificialidade de Cléo Pires, erra em muitos coadjuvantes e coloca uma criança nada parecida com Selton que ele vai se tornar, e só funciona ocasionalmente com participações simpáticas como a Eva Todor, sempre adorável. É mais estranho ainda que o filme tome desvios, fugindo um pouco do assunto, se tornando um filme policia diferente, como por exemplo, na adorável sequência com os dois policiais que vem roubá-lo, um bom hiato no meio da história. E, depois, vira um filme de prisão, que creio onde o público melhor reage, já que a palavra fica com um grupo de desconhecidos e muito competentes que povoam o ambiente. Mais estranho ainda é que com tantas deficiências, eu acho o filme resultante. Bom.
____
BRASIL – 2008


____
DRAMA
WIDESCREEN
126 min.
COR
SONY/DOWNTOWN FILMES
14 ANOS
✩✩✩ BOM
____
Uma Co-Produção GLOBO FILMES/TELEIMAGE/APEMA FILMES APRESENTAM
UM FILME DE MAURO LIMA
Estrelando: SELTON MELLO
MEU NOME NÃO É JOHNNY
Com: CLÉO PIRES. CÁSSIA KISS. ANDRÉ DI BIASE. ÃNGELO PAES LEME
RAFAELA MANDELLI. GILRAY COUTINHO. FLÁVIO BAURAQUI
Também estrelando JÚLIA LEMMERTZ
Música Original por FÁBIO MONDEGO. MONDEGO FAEL
Direção de Fotografia ULRICH BURTIN Edição MARCELO MORAES
Cenografia CLÁUDIO AMARAL PEIXOTO Figurinos REKA KOVAES
Produtor Delegado CAMILA MEDINA Produtor Associado GUEL ARRAES
Produtor Associado CARLOS EDUARDO RODRIGUES
Produção artística e executiva MARIZA LEÃO
Roteiro de MAURO LIMA . MARIZA LEÃO
Baseado no livro de GUILHERME FIÚZA
DIREÇÃO MAURO LIMA
GLOBO FILMES ©2008
UM FILME DE MAURO LIMA
Estrelando: SELTON MELLO
MEU NOME NÃO É JOHNNY
Com: CLÉO PIRES. CÁSSIA KISS. ANDRÉ DI BIASE. ÃNGELO PAES LEME
RAFAELA MANDELLI. GILRAY COUTINHO. FLÁVIO BAURAQUI
Também estrelando JÚLIA LEMMERTZ
Música Original por FÁBIO MONDEGO. MONDEGO FAEL
Direção de Fotografia ULRICH BURTIN Edição MARCELO MORAES
Cenografia CLÁUDIO AMARAL PEIXOTO Figurinos REKA KOVAES
Produtor Delegado CAMILA MEDINA Produtor Associado GUEL ARRAES
Produtor Associado CARLOS EDUARDO RODRIGUES
Produção artística e executiva MARIZA LEÃO
Roteiro de MAURO LIMA . MARIZA LEÃO
Baseado no livro de GUILHERME FIÚZA
DIREÇÃO MAURO LIMA
GLOBO FILMES ©2008

No comments:
Post a Comment